terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sete Palavras Hebraicas que Significam Ouro

Para  expressar  o  ouro,  a  língua  hebraica  tem  sete  vocábulos,  cada  um  deles expressando  o  valor  e  a  doçura  da  Palavra  de  Deus,  ou  um  sentido  de  nosso testemunho e  de nossa  felicidade.
1.  Zahab,  brilhante,  coisa  que  brilha.  A  palavra  de  Deus  se  destaca  por  um brilho  que  tem  o  poder  de  despertar  o  pecador.  O  brilho  também  é  o  testemunho do crente.”  Assim  brilhe a vossa  luz  diante  dos  homens"  (Mt 5.16). Esta  palavra  "zahab"  é  a  que  vem  mais  vezes  no  Antigo  Testamento. Aparece  oito  vezes  em  Gênesis,  mais  de  oitenta  em  Êxodo,  e,  em  todo  o  Antigo Testamento,  mais de  trezentas.
2.  Paz,  ouro  refinado  (nada  tem  com”paz''  em  nossa  língua,  essa  no  hebraico é  "shalom").  Expressa  a  pureza  de  Jesus  Cristo.  "Ele  não  conheceu  pecado"  (2Co 5.21).  "Nele  não  há  pecado"  (1Jo  3.5).  "As  palavras  de Deus  são"  mais  desejáveis  do que  o  ouro  ("zahab",  brilhante),  sim,  mais  desejáveis  do  que  o  ouro  fino  (paz,  ouro refinado)  (Sl  19.10).
3.  Betser,  ouro  bruto  que  precisa  ser  beneficiado  (Jó  22.23-25).  Se  a  palavra  de Deus  permanece  em  nós,  somos  aprovados  e  enriquecidos  com  as  bênçãos espirituais  (Jo  15.5-7  e  11).  Fruto  abundante  e  gozo  completo  que  vem  da  união  a Jesus  Cristo.
4.  Carutz,  ouro  cortado  em  pedaços  ou  provado  (Jó  23.10  e  Pv  17.3).  Aplica-se  à provação  de  Deus  para  nos  aperfeiçoar.  Referências:  Romanos  5.3-5;  Tiago  1.2-4;  1 Pedro 1.6,7.
5.  Que-tem,  cortado  em,  gravado,  marcado.  Em  relação  ao  ouro,  quer  dizer que é  verdadeiro  ou  garantido porque  tem  o  sinal ou  a  marca estampada. Em  Jó  28.16  diz  o  texto  que  o  valor  da  sabedoria  é  superior  ao  ouro  de  Ofir. “Seu  valor  não  se  pode  avaliar  pelo  ouro  de  Ofir''.  Esta  palavra  “que-tem''  está também  em  Salmos  45.9;  Provérbios  25.12;  Cantares  5.11;  Isaías  13.12. Como  título  de  alguns  Salmos,  esta  palavra  é  usada  com  um  prefixo  e  na forma  verbal:  “Miq-tam”  O  sentido  ali  é  um  escrito  ou  uma  gravação.  Ex.:  Salmos 56,57,58,59,60.  São  escritos  de Davi  acerca do Filho de Davi e  Senhor  de Davi.
6.  S'gor,  do  verbo  sa-gar,  completar,  cobrir,  terminar.  "S'gor"  é  sólido,  completo, terminado.  Em  1  Reis  6.20b: "...cobriu-o também  de  ouro  o altar de cedro". Em  Jó 28.15a  "Não se dá  por  ela  [a  sabedoria] ouro fino...” A  lição  aqui  é:  a  sabedoria  de  Deus  é  completa,  nada  se  pode  acrescentar  às suas  palavras.
7.  D'hav,  é  uma  palavra  da  língua  caldaica,  só  aparece  nos  livros  de  Daniel e de Esdras  e  tem  o  mesmo  valor  de  “Zahab”que acima está,  no n-1.
Autor Severino Pedro

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Marcos (Profundo)

Quanto ao autor do Evangelho de Marcos Duas  coisas  nos  chamam  a atenção: A  primeira  é  a  identidade  de  Marcos  descrita  nas  Escrituras.  O  nome  completo  do  autor  desse  evangelho  é  João  Marcos,  sendo  que  João  é seu nome  hebraico  e Marcos  seu nome romano. Temos  várias  informações  importantes  sobre esse  personagem  nas  Escrituras: Em  primeiro  lugar,  Marcos  era  filho  de  Maria,  uma  cristã  que  hospedava  cristãos  em  sua  casa  (At  12.12).  Isso  significa  que  João  Marcos procedia  de uma família  aquinhoada de bens  materiais  e tinha familiaridade  com  a igreja,  desde  sua juventude. Em  segundo  lugar,  Marcos  participou  da  primeira  viagem  missionária  de  Paulo  e  Barnabé  (At  12.25).  Ele  saiu  de  Jerusalém  com  Paulo  e Barnabé  e  foi  morar  em  Antioquia  da  Síria,  de  onde  saiu  com  eles  para  a  primeira  viagem  missionária  na  região  da  Galácia.  João  Marcos  era  um auxiliar  hypẽrtẽs  de Barnabé e  Saulo nessa  primeira viagem  missionária  (At  13.5). Em terceiro  lugar,  Marcos  desistiu  da  primeira  viagem  missionária  no  meio  do  caminho  (At  13.13).  Não  sabemos  precisamente  as  razões  que levaram  Marcos  a  desertar  dessa  viagem.  Elencamos  três  sugestões:  Paulo  decidiu  largar  a  região  costeira  e  ir  para  o  interior,  onde  os  perigos eram  imensos;  Paulo  passou  a  ocupar  a  liderança  da  viagem,  até  então  ocupada  por  Barnabé;  a  insegurança  característica  de  sua  própria juventude e inexperiência. Em  quarto  lugar,  Marcos  é  rejeitado  por  Paulo  na  segunda  viagem  missionária  (At  15.37-40).  A  rejeição  de  Paulo  ao  ingresso  do  jovem Marcos  na  segunda  viagem  missionária  teve  repercussões  profundas  na  agenda  missionária  da  Igreja  e  no  relacionamento  dos  dois  grandes líderes  Paulo  e  Barnabé.  Houve tal  desavença  entre  eles,  que  Barnabé  deixou  Paulo  e  partiu  para  uma  nova frente missionária,  levando  consigo  a Marcos  para  Chipre, sua terra natal. Em quinto  lugar,  Marcos  era  primo  de  Barnabé  (Cl  4.10).  Esse  fato  revela  que  a  família  de  Marcos  era  abastada.  Sua  mãe  tinha  uma  casa  que servia  de  lugar  de  encontro  da  Igreja  primitiva  e  Barnabé  era  homem  de  posses  (At  4.37).  Isso  também  lança  uma  luz  sobre  o  fato  de  que Barnabé,  além  de  sua  característica  de  consolador,  não  desamparou  a  Marcos,  quando  este  foi  barrado  por  Paulo  no  seu  intento  de  participar  da segunda  viagem  missionária. Em  sexto  lugar,  Marcos  esteve  preso  com  Paulo  em  Roma  (Cl  4.10).  Marcos  tornou-se  um  grande  líder  cristão  do  século  1.  Jerônimo  disse que ele foi  ao Egito e ali  plantou a  igreja de Alexandria.7  Agora,  ele está  preso  em  Roma, com  Paulo, durante a sua  primeira prisão. Em  sétimo  lugar,  Marcos  tornou-se  um  cooperador  de  Paulo  (Fm  24).  A  Carta  a  Filemom  foi  escrita  no  interregno  entre  a  primeira  e  a segunda  prisão  de Paulo em  Roma. Paulo destaca  que  nesse  tempo Marcos  era seu cooperador. Em  oitavo  lugar,  Marcos  foi  chamado  por  Paulo  para  assisti-lo  no  final  da  sua  vida  (2Tm  4.11).  Marcos  estava  em  Éfeso  quando  Paulo  foi preso  pela  segunda  vez.  Agora,  Paulo  está  num  calabouço  romano,  aguardando  o  seu  martírio.  Paulo  reconhece  que  o  mesmo  jovem  que  ele dispensara  no  passado  agora  lhe  é  útil  e  deseja  tê-lo  como  seu  cooperador  no  momento  final  da  sua  vida.  Isso  nos  prova  a  mudança  de  conduta de Paulo bem  como sua  mudança de conceito  acerca de Marcos.
Em  nono  lugar,  Marcos  era  considerado  um  filho  de  Pedro  na  fé  (1Pe  5.13).  Marcos  teve  um  estreito  relacionamento  com  Pedro.  O  apóstolo o  chama  “meu  filho”.  Possivelmente  o  próprio  Pedro  o  tenha  levado  a  Cristo  e  seja  seu  pai  na  fé.  Quando  Pedro  foi  solto  da  prisão,  foi  para  a casa  de Maria, mãe  de Marcos,  onde a igreja  estava  reunida. Em  décimo  lugar,  Marcos  é  apontado  pela  maioria  dos  estudiosos  como  o  jovem  que  se  vestiu  com  um  lençol  para  ver  Jesus  (Mc  14.51,52). Nesse  tempo  esse  jovem  era  apenas  um  seguidor  casual  de  Cristo.  Era  apenas  um  espectador  curioso  que  queria  acompanhar  o  desenrolar  da prisão  do  rabi  da  Galiléia,  mas  estava  inadequadamente  vestido  no  meio  da  multidão.  Ao  ser  agarrado  pela  soldadesca  que  prendia  a  Jesus,  fugiu desnudo. A segunda  coisa  que  nos  chama  a  atenção  é  que  Marcos  é  considerado  o  autor  do  Evangelho  que  leva  o  seu  nome.  Embora  Marcos  não  tenha sido  um  discípulo  de  Cristo,  seguramente  presenciou  muitos  fatos  da  sua  vida,  visto  que  morava  em  Jerusalém  e  sua  casa  tornou-se  um  ponto  de encontro da igreja. Os  pais  da  Igreja,  unanimemente  aceitaram  a  autoria  de  Marcos  deste  evangelho.8  Papias,  um  dos  pais  da  Igreja  do  começo  do  século  2, afirma  que  o  evangelho  de  Marcos  é  a  compilação  do  testemunho  pessoal  de  Pedro  acerca  da  vida  e  ministério  de  Cristo.  Marcos  não  foi discípulo  de  Cristo,  mas  de  Pedro.  De  acordo  com  Papias,  Marcos  foi  o  hermẽneutẽs  (intérprete)  de  Pedro.9  William  Hendriksen  diz  que  não temos  nenhuma  razão  para  rejeitar  a  tradição  de  que  Marcos  foi,  essencialmente,  o  “intérprete”  de  Pedro,  pois  o  conteúdo  do  livro  confirma  essa conclusão.10  Esse  relato  de  Papias,  que  aparece  em  uma  obra  de  Eusébio,  bispo  de  Cesaréia,  autor  da  primeira  grande  História  da  Igreja,11  no século  4, é o mais  antigo registro da autoria de Marcos, Marcos,  que  foi  o  intérprete  de  Pedro,  escreveu  acuradamente  tudo  o  que  ele  relembrou,  tanto  sobre  o  que  Cristo  disse  quanto  o  que  Cristo  fez, porém  não  em  ordem.  Embora  Marcos  não  tenha  ouvido  nem  acompanhado  o  Senhor,  mais  tarde  acompanhou  Pedro,  de  quem  recebeu  todas  as informações,  de  tal  maneira  que  ele  não  cometeu  nenhum  engano  em  seu  relato,  não  omitindo  nada  do  que  ouviu  nem  acrescentando  qualquer falsa  afirmação  acerca do que recebeu.12 Outros  pais  da  Igreja,  incluindo  Justino,  o  mártir,  Tertuliano,  Clemente  de  Alexandria,  Orígenes  e  Eusébio,  confirmam  Marcos  como  o  autor desse  evangelho.13  Também  associam  o evangelho  de  Marcos  com  o testemunho  do  apóstolo  Pedro.14  Irineu,  outro pai  da Igreja,  afirma:  “Depois da  morte  de  Pedro  e  Paulo,  também  Marcos,  discípulo  e  intérprete  de  Pedro,  nos  legou  por  escrito  as  coisas  que  foram  pregadas  por  Pedro”.15 Marcos  é  o  mais  aramaico  dos  evangelhos,  o  que  evidencia  ser  um  relato  da  palavra  falada  de  Pedro.  O  esboço  desse  evangelho,  ainda  está afinado  com  o conteúdo do evangelho pregado por  Pedro na  casa  de Cornélio (At  10).16 A data e o local  em  que o evangelho foi  escrito Robert  Gundry  afirma  que  Marcos  foi  o  primeiro  evangelho  a  ser  escrito.17  Não  existe  um  consenso  unânime  acerca  da  data  da  sua  redação; entretanto,  ele  deve  ter  sido  escrito  entre  55 e  70  d.C, ou  seja,  antes  da  destruição  de  Jerusalém  no  ano 70  d.C.,  uma vez  que  ele  não faz  qualquer menção  desse  fato  predito  por  Jesus  (13.1-23).  Jerusalém  foi  destruída  pelo  exército  romano  sob  a  liderança  de  Tito,  depois  de  143  dias  de cerco. Durante essa  batalha, seiscentos  mil  judeus  foram  mortos  e milhares  levados  cativos. 

Hernandes Dias Lopes